Atualizar o currículo ainda é uma das tarefas mais temidas por profissionais em busca de novas oportunidades. Mesmo com o avanço da tecnologia, ele continua sendo o principal filtro usado por recrutadores e empresas.
A executiva Jeannie Kim, com vasto histórico em processos seletivos, identificou padrões consistentes entre os maiores erros cometidos — muitas vezes por profissionais qualificados com bom potencial.
O que você vai ler neste artigo:
Currículo sem as palavras certas
Um dos primeiros obstáculos para a maioria dos candidatos não é nem o olhar humano, mas sim o filtro automatizado. Atualmente, boa parte das empresas utiliza sistemas de rastreamento de candidatos (ATS — Applicant Tracking Systems), ferramentas baseadas em inteligência artificial que avaliam os currículos ainda antes de um recrutador lê-los.
Esses softwares escaneiam os documentos em busca de palavras-chave específicas, competências citadas na descrição da vaga ou conexões diretas com os requisitos do cargo. Um profissional experiente que não menciona os termos corretos pode ser automaticamente desclassificado. Por isso, é essencial adaptar o conteúdo do currículo a cada nova candidatura, usando os mesmos termos do anúncio da vaga de forma natural e estratégica.
Alguns exemplos de palavras-chave que devem ser incluídas, conforme a área de atuação:
- Para marketing: SEO, CRM, inbound, performance, analytics.
- Para finanças: EBITDA, fluxo de caixa, orçamento, compliance.
- Para tecnologia: Python, API, DevOps, SQL, cloud.
Além disso, vale atenção ao formato do currículo — o ideal é usar arquivos .doc ou .pdf simples, evitando gráficos ou formatações muito complexas que podem confundir os filtros automatizados.
Não indicar os resultados
Listar responsabilidades não basta. Um dos erros mais comuns entre profissionais qualificados é descrever as funções de forma superficial, sem deixar claro os resultados alcançados. Hoje, empresas valorizam impacto medido em dados concretos e indicadores de performance.
Jeannie Kim propõe três abordagens para preencher esse ponto crítico com informações que realmente destacam o perfil do candidato:
- Com dados tangíveis: Exemplo — “Escrevi 45 conteúdos para a campanha da Black Friday, contribuindo para a maior receita da história da empresa nesta data.”
- Segundo critérios internos de avaliação: Exemplo — “Liderei até 10 projetos simultâneos em squads interdisciplinares, cumprindo todos os prazos com 100% de entrega”.
- Reconhecimento qualitativo: Exemplo — “Nomeado como referência em cultura organizacional pelos pares e a liderança, com nota de engajamento da equipe entre as três mais altas da empresa”.
Esse tipo de detalhamento mostra proatividade, foco em resultados e ajuda o recrutador a entender o valor real do profissional.
Muita informação sem necessidade
Outro erro que pode descartar um candidato qualificado nos primeiros minutos é o excesso de conteúdo. Um currículo não deve ser um dossiê da trajetória profissional, mas uma vitrine de conquistas e experiências relevantes.
Segundo a análise de Jeannie Kim, currículos muito longos — especialmente os que ultrapassam duas páginas — cansam o avaliador e dificultam a triagem, seja automatizada ou manual. Por isso, vale seguir estas recomendações:
- Profissionais com até 5 anos de experiência: limite de 1 página.
- Profissionais com mais de 5 anos: até 2 páginas.
- Evite incluir experiências irrelevantes ou não correlacionadas com a vaga.
- Deixe de fora cursos antigos ou genéricos e dados pessoais desnecessários, como RG, CPF, endereço completo.
Para tornar o currículo mais direto e enxuto, a organização por tópicos e bullet points é recomendada. Além disso, o uso de verbos de ação no início de cada frase transmite maior impacto: “Implementei”, “Conduzi”, “Otimizei”, “Desenvolvi”.
Inteligência artificial como aliada na recolocação
Com o avanço dos sistemas de seleção baseados em inteligência artificial, entender como funcionam os ATS e como preparar um currículo compatível com essas tecnologias se tornou uma competência estratégica.
Independentemente da área de atuação — marketing, tecnologia, jornalismo, administração ou finanças —, saber adaptar sua apresentação para ser lida por máquinas pode acelerar promoções, mudanças de setor ou novas contratações.
Profissionais atentos às transformações do recrutamento têm maior chance de se destacar. Usar ferramentas de IA para revisar o currículo, gerar palavras-chave e até simular como ele será lido por sistemas automatizados tornou-se parte do processo.
Capacitação em IA pode abrir portas
Além de formatar currículos com inteligência, aprimorar o conhecimento técnico em IA é um diferencial competitivo. Programas de curta duração, como o treinamento oferecido em parceria entre a EXAME e a Saint Paul, capacitam para esse novo cenário de forma acessível — com apenas quatro aulas virtuais e certificado.
O conteúdo cobre desde os fundamentos da inteligência artificial até aplicações reais no ambiente corporativo, com oportunidades práticas para liderar iniciativas tecnológicas. Em um mercado em constante mudança, dominar a IA passou a ser não só um diferencial, mas uma necessidade para quem deseja crescer na carreira de maneira acelerada.
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